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A contabilidade de custos é uma área da contabilidade dedicada a identificar e mensurar o custo de determinada mercadoria, produto ou serviço.
Como o preço de uma consulta é formado? Como precificar um procedimento cirúrgico? Essas e outras questões podem ser respondidas com a ajuda da contabilidade de custos.
Antes, vamos conhecer mais um pouco dessa área importante da contabilidade.
Funções da Contabilidade de Custos
A Contabilidade de Custos tem três funções relevantes: o auxílio ao planejamento, ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. Sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos.
Com o aumento de competitividade que vem ocorrendo na maioria dos mercados, os custos tornam-se altamente relevantes quando pensamos na tomada de decisões em uma empresa.
As empresas já não podem mais definir seus preços apenas de acordo com os custos incorridos, e sim, também, com base nos preços praticados no mercado em que atuam, devido à alta competição existente.
O conhecimento dos custos é vital para saber se, dado o preço, o serviço é rentável; ou, se não rentável, se há margem para reajustar o preço.
Custos ou Despesa, qual a diferença?
Custo para o gasto relativo a consumo na produção. Gastos que se destinam às fases de administração, esforço de vendas e financiamento serão chamados de Despesas.
Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes?
Confundem-se com Desembolso? E Investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?
Para uma melhor entendimentos desses conceitos e como referência, vamos utilizar a obra do professor Eliseu Martins, pioneiro no desenvolvimento dessa área de estudo no Brasil.
Gasto – Conceito amplo e que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos. O gasto é a compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Dessa forma, temos gasto com a compra de matérias-primas, Gastos com mão de obra, tanto na produção como na distribuição, Gastos com honorários da diretoria, Gastos na compra de um imobilizado etc.
Desembolso – Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do momento do gasto.
Investimento – Gasto que se torna um ativo para a empresa (expectativa de benefícios futuros). Exemplo: equipamentos e estoques de insumos.
Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento não circulante; as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como investimentos circulantes ou não circulantes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição.
O Custo de Oportunidade representa o quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés de em outra.
Exemplo prático: se usou seus recursos para a compra de equipamentos dermatológicos, para a abertura de sua clínica, o custo de oportunidade desse investimento é o quanto deixou de ganhar por não ter aplicado aquele valor em outra forma de investimento que estava ao seu alcance (deixar o dinheiro rendendo na poupança).
Custo – Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.
O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço.
Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda.
Despesa – Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Exemplos: depreciação, comissões de vendas, despesas financeiras, etc. As despesas tem a característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas.
Perda – Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Não se confunde com a despesa devido a sua característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de receita. Exemplos: perdas com incêndios, estoques obsoletos, perda de matéria prima, etc.
Outro exemplo seria o gasto com mão de obra durante um período de greve. É uma perda, não um custo de produção. O material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento provoca uma perda, e não um custo.
Gostaram do post? No próximo, vamos aprender a calcular alguns custos de serviços prestados.
Dúvidas, comente abaixo!
Referência: Contabilidade de Custos – Eliseu Martins