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Introdução

Quando se trata de planejar o futuro financeiro e garantir uma aposentadoria tranquila, é essencial considerar opções como os planos de previdência privada. Entre as diversas modalidades disponíveis, duas se destacam: PGBL e VGBL. 

Neste artigo, vamos explorar as diferenças fundamentais entre esses planos e como eles podem impactar suas finanças no longo prazo.

O que é Previdência Privada?

A previdência privada é um sistema de aposentadoria complementar ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ao contrário da previdência pública, esta não está vinculada ao governo e é administrada por instituições financeiras. 

A previdência privada é dividida em duas etapas: acumulação e benefício.

Na fase de acumulação, você faz contribuições periódicas, que são investidas para gerar rendimentos ao longo do tempo. No momento do benefício, você deixa de contribuir e pode optar por receber o valor acumulado de forma parcelada ou em um único resgate.

PGBL e VGBL 

PGBL e VGBL são siglas que representam Plano Gerador de Benefício Livre e Vida Gerador de Benefício Livre, respectivamente. Precisamos entender que um plano de previdência privada nada mais é do que um tipo específico de fundo de investimento, conhecido como fundo previdenciário, que está embrulhado em uma dessas duas opções: PGBL ou VGBL.

Ainda parece complicado? Vamos simplificar: imagine que todos os meses você e vários outros investidores contribuem para um Fundo Previdenciário. Este fundo é administrado por um gestor, cujo trabalho é fazer seu dinheiro crescer, distribuindo os fundos em várias opções de investimento no mercado financeiro.

No entanto, a entrada em um Fundo Previdenciário só é possível através da contratação de um PGBL ou VGBL. Pense nesses nomes como se fossem “cofrinhos” que oferecem ao titular certos benefícios e vantagens.

Mas lembre-se, apesar da similaridade no nome, PGBL e VGBL possuem diferenças significativas, e é crucial conhecer cada uma delas. Uma vez que você escolhe entre PGBL e VGBL, não pode mudar a sua decisão. Então, é bom se informar bem antes de escolher!

Fundos de previdência são investimentos de longo prazo.

Um fundo previdenciário pode ser mais vantajoso que um fundo tradicional em um horizonte de longo prazo, principalmente por conta do seu tratamento tributário diferenciado e a inexistência do chamado “come-cotas”.

Veja bem, todo investimento tem um período para alcançar sua maturidade plena. No caso da previdência privada, quanto mais tempo você deixa seu dinheiro investido, menos impostos paga e mais rendimentos você recebe.

Isso é crucial para você compreender: a taxa de imposto de renda em um PGBL/VGBL é a mais baixa entre todos os produtos financeiros que são tributados. Pode chegar a um mero 10% se você mantiver seu dinheiro investido por mais de 10 anos e optar pela tabela regressiva de tributação.

Vamos entender agora como funciona a tributação sobre investimentos de renda fixa, que incluem o Tesouro Direto, Fundos DI, CDB, Fundos Multimercados, entre outros.

Veja na tabela abaixo:

Depois de dois anos investindo em renda fixa, você atinge a menor taxa de imposto, que é de 15% sobre o que o seu dinheiro rendeu.

Isso é bastante positivo, considerando que dois anos não é um período muito longo para chegar à menor alíquota de imposto. Contudo, vale ressaltar que se você decidir manter seu investimento em um produto de renda fixa como o Tesouro Direto por 10 anos, por exemplo, a alíquota de 15% permanecerá a mesma. Portanto, mesmo com um prazo mais longo, a carga tributária não se reduz além deste patamar.

Modelo Progressivo e Regressivo de Tributação

Caso você escolha o regime regressivo de tributação, a taxa do imposto de renda vai diminuir progressivamente conforme o passar do tempo.

Observe a tabela:

O grande trunfo de um plano de previdência é a possibilidade de minimizar o pagamento de impostos. Em um país com altas taxas tributárias, como o nosso, um pagamento de imposto de apenas 10% já é motivo de comemoração.

Por outro lado, o regime progressivo funciona de maneira um pouco diferente. Aqui, as alíquotas de impostos e as parcelas dedutíveis são definidas de acordo com as faixas de renda: ou seja, quanto maior o seu rendimento, maior será o valor que você paga em impostos.

Resgate total na tabela progressiva

No futuro, você terá a opção de escolher entre retirar todo o seu dinheiro de uma vez, receber uma renda por um período determinado ou optar por uma renda vitalícia.

Caso decida pelo resgate total, a quantia retirada será bastante elevada. Isso favorece a menor alíquota de 10% na tabela regressiva. Por outro lado, se a tabela progressiva fosse aplicada, o Imposto de Renda seria de 27%. Portanto, é essencial considerar esses fatores ao fazer suas escolhas de investimento e tributação.

Regra geral: escolha a tabela regressiva

Aqui estão algumas razões pelas quais a tabela regressiva geralmente é a melhor opção para previdência privada:

– A previdência privada é para o longo prazo. É importante enfatizar: longo prazo. A tabela progressiva tende a beneficiar investidores de curto prazo com capital menor, o que vai contra a ideia principal de investimentos em previdência privada que são planejados para garantir um retorno financeiro no futuro.

– Os gestores eficientes de fundos fazem seus investimentos baseados em hipóteses que geralmente se realizam a longo prazo. Por exemplo, se um gestor investe em ações de uma empresa que ele acredita estar subvalorizada, pode haver volatilidade a curto prazo, mas a longo prazo, a valorização dos ativos pode confirmar sua hipótese.

– Quanto maior a soma das suas rendas tributáveis (incluindo previdência pública, previdência privada, aluguéis, etc.), mais vantajosa a tabela regressiva será.

– Se você planeja fazer o resgate total do seu dinheiro, a tabela regressiva é a melhor opção porque a incidência de impostos sobre grandes somas de dinheiro é menor.

Então, resumindo:

  • Para quem tem renda baixa (menos de R$2.000 por mês) e um horizonte de tempo curto, a tabela progressiva é a melhor opção.
  • Se você tem uma renda alta, pretende manter seu dinheiro investido por um longo período, ou pretende fazer o resgate total no final, a tabela regressiva é a melhor escolha.

Lembre-se, você pode mudar do regime progressivo para o regressivo apenas durante a fase de acumulação. Depois que o benefício é concedido, não pode mais fazer alterações.

Uma vez mais, é importante lembrar: previdência privada é um investimento de longo prazo. 

Existem profissionais que, infelizmente, recomendam planos de previdência privada para idosos. Se você planeja investir em um PGBL ou VGBL por menos de 20 anos, essa provavelmente não será a melhor escolha. Mantenha o prazo de maturação do investimento em mente e planeje pelo menos 20 anos à frente para maximizar seus aportes, pagar o mínimo de imposto e dar tempo para que seu dinheiro cresça. Idealmente, você deve estar olhando para um horizonte de 30 anos.

E mesmo para quem está na casa dos 50 não seria o investimento mais apropriado.

A não ser que essa pessoa faça um aporte único inicial de um valor altíssimo para resgatar depois de 10 anos, momento em que se chegaria à tributação mínima de 10%.

E para quem está na casa dos 50 anos, a previdência privada geralmente não é o investimento mais adequado, a menos que você esteja planejando fazer um aporte inicial muito grande para resgatar após 10 anos, quando você atingiria a alíquota mínima de 10% de imposto.

PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre)

O PGBL, ou Plano Gerador de Benefício Livre, é uma das principais opções de previdência privada disponíveis no mercado. Ele foi instituído em 1997 e se destaca por oferecer incentivos fiscais para os investidores.

Um dos principais atrativos do PGBL é que ele permite que você deduza do Imposto de Renda as contribuições feitas ao plano. Porém, esta vantagem só é válida para quem opta pela declaração completa do IR e está com suas contribuições para o INSS em dia. O teto para a dedução é de 12% da renda bruta tributável.

Vale ressaltar que, no momento em que você resgatar seus recursos, o Imposto de Renda será aplicado sobre a totalidade do valor resgatado, o que inclui tanto as contribuições feitas quanto os rendimentos acumulados ao longo do tempo.

VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)

O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é mais uma opção bastante procurada quando o assunto é previdência privada. Diferentemente do PGBL, o VGBL não fornece benefícios fiscais durante o período de acumulação. Porém, quando chega a hora do resgate, o imposto de renda é cobrado somente sobre os rendimentos acumulados, e não sobre o valor total que foi resgatado.

Essa particularidade na tributação faz com que o VGBL seja mais indicado para aqueles investidores que escolhem o modelo simplificado na declaração do Imposto de Renda ou para quem não contribui para o INSS. Essa distinção é crucial e deve ser considerada ao escolher o plano que melhor atende às suas necessidades.

Tributação no VGBL

O imposto se aplica apenas aos rendimentos, e não ao valor total investido, por isso, ao contrário do PGBL, o VGBL não permite a dedução fiscal durante a declaração anual do imposto de renda.

Come-cotas” no VGBL

E tem mais uma ótima notícia – não há “come-cotas” no VGBL!

Isso significa que, apesar da similaridade com a tributação de um fundo comum, o VGBL leva vantagem nesse aspecto.

Para quem investe em fundos de renda fixa ou multimercados, o infame “come-cotas” é um conhecido incômodo. Como o nome sugere, este sistema implica na cobrança de impostos através da redução do número de cotas do investidor em maio e novembro de cada ano.

O diferencial de um fundo VGBL é que ele não possui essa antecipação da cobrança do imposto, também conhecida como “come-cotas”.

E a tributação pode ser reduzida a 10%!

Mantém-se a regra de que a alíquota de imposto diminui à medida que o tempo de investimento aumenta, podendo chegar a apenas 10% se o dinheiro for mantido investido por mais de 10 anos.

Diferenças entre PGBL e VGBL

As principais diferenças entre PGBL e VGBL residem na maneira como são tributados. O PGBL permite que você deduza as contribuições do cálculo base do Imposto de Renda, uma vantagem que o VGBL não proporciona. Além disso, no momento do resgate, o PGBL aplica o imposto de renda sobre o valor total retirado, enquanto no VGBL o imposto incide apenas sobre os rendimentos gerados.

Há ainda uma distinção relevante no tipo de investidor para o qual cada plano é mais adequado. O PGBL tende a ser mais vantajoso para quem opta pela declaração completa do Imposto de Renda e contribui regularmente para o INSS. Por outro lado, o VGBL é geralmente mais apropriado para quem escolhe a declaração simplificada ou para quem não contribui para o INSS.

Em qual devo investir: VGBL ou PGBL?

Agora que você já tem uma visão geral dos dois tipos de planos de previdência, aqui está um pequeno guia para ajudar na decisão entre VGBL e PGBL:

  • Se você faz a declaração simplificada do Imposto de Renda e deseja ter um plano de previdência privada, pode escolher o VGBL sem preocupações.
  • Se você faz a declaração completa do Imposto de Renda e planeja aplicar até 12% da sua renda tributável anual, então o PGBL é o mais indicado.
  • Quer investir mais de 12% da sua renda anual em previdência privada? Ótimo! Invista o valor extra em um VGBL ou monte sua própria previdência, contanto que faça isso de maneira eficiente e bem planejada.

Os vilões da Previdência Privada

Além do já conhecido imposto sobre a renda, você deve ficar atento à taxa de administração e à taxa de carregamento. Vamos entender quanto do seu retorno potencial pode estar se perdendo aqui.

Sempre que você realiza um depósito no plano, pode ocorrer uma cobrança percentual sobre o valor que você investiu. Isso é feito, teoricamente, para cobrir os custos do plano. Alguns planos cobram essa taxa antecipadamente, outros após o investimento, e ainda existem aqueles que cobram tanto antes quanto depois.

Veja só como isso funciona: se você deposita R$1.000 em um plano que cobra 3,5% de taxa de carregamento na entrada, isso significa que R$35 não chegam sequer a ser investidos no fundo. Para exemplificar, vamos ver como essa taxa é aplicada em um fundo oferecido por um grande banco:

  • Aporte mensal de até R$899,99: 3,5%
  • De R$900 a R$4.999,99: 3%
  • Aporte mensal/único de R$5.000 a R$99.999,00: 1,5%

Ou seja, se eu for uma pessoa abastada e depositar R$99 mil de uma vez só, R$1.500 nunca vão chegar à minha conta de investimentos.

Portanto, aqui está a primeira regra: evite ao máximo os planos que cobram taxa de carregamento na entrada.

E o que eu recomendo fazer?

ode ser raro encontrar planos que não cobrem taxa de carregamento, mas se puder, opte pelos que só cobram esta taxa na saída e cujo valor diminui com o passar do tempo. Em geral, planos oferecidos pelos bancos cobram taxa de carregamento na entrada, enquanto os planos de seguradoras independentes a cobram na saída.

A taxa de carregamento na saída é menos prejudicial. Ela só é aplicada quando você faz o resgate do dinheiro. Isso é feito para desestimular o saque antes do prazo, reforçando a ideia de que a previdência privada é um investimento de longo prazo.

Aqui está um exemplo de como a taxa na saída é geralmente cobrada:

  • Permanência até 12 meses: 3%
  • Permanência de 13 a 24 meses: 2%
  • Permanência de 25 a 36 meses: 1%
  • Acima de 36 meses: 0%… nada

Então, se possível, busque por planos que possuam essa estrutura de taxa de carregamento. Assim, se você manter seu investimento pelo longo prazo, como é o recomendado para previdência privada, você acabará não pagando nada de taxa de carregamento na saída.

Taxa de administração

Taxas de administração podem realmente ser um vilão quando se trata de investimentos. E vamos ser sinceros, pagar mais por algo que não entrega o devido valor é, no mínimo, frustrante, certo?

A questão aqui não é pagar pela administração em si – é justo pagar por um bom trabalho realizado – mas é fundamental garantir que a taxa esteja alinhada com a qualidade do serviço oferecido. É como pagar por um prato gourmet e receber um macarrão instantâneo. 

Nada contra o macarrão instantâneo (quem nunca precisou dele naqueles momentos de aperto, não é mesmo?), mas se estamos pagando mais, esperamos algo melhor.

Pelo que vejo, muitas vezes os bancos tradicionais têm uma tendência de cobrar taxas de administração mais elevadas em seus fundos previdenciários. Mas isso não significa que eles entreguem uma performance proporcionalmente melhor. Por isso, é importante explorar outras opções, como gestoras independentes ou plataformas de investimento online, que podem oferecer uma administração de qualidade por taxas mais justas.

Seja qual for a opção escolhida, o importante é ter em mente que o investimento precisa fazer sentido para você e para os seus objetivos financeiros. E, acima de tudo, que vale a pena pagar pela administração – desde que o preço esteja de acordo com o que é entregue.

Estratégias dos Fundos Previdenciários


Para que seu dinheiro se multiplique, a estratégia de investimento adotada pelo fundo previdenciário escolhido será decisiva. Os fundos de previdência privada normalmente podem ser categorizados em duas classes principais:

1– Fundos de Renda Fixa: Estes fundos investem principalmente em ativos de renda fixa, como títulos públicos ou privados, que rendem um valor predefinido ao longo do tempo. Isso significa que, em geral, eles tendem a ser menos voláteis e podem ser uma boa opção para quem tem um perfil mais conservador e prioriza a segurança do capital.

2– Fundos Multimercados: Os fundos multimercados são mais flexíveis em termos de onde podem investir. Eles têm permissão para alocar recursos em diversos tipos de ativos, como ações, títulos, moedas, entre outros, de diferentes setores e países. Por conta dessa diversificação, eles podem apresentar maiores retornos, mas também implicam um risco maior.

Essas opções não são mutuamente exclusivas, e é comum que os investidores dividam seus recursos entre fundos de renda fixa e multimercados para balancear riscos e retornos. O importante é escolher a opção que melhor se alinha aos seus objetivos financeiros e tolerância ao risco.

Fundos de Renda Fixa ou Conservadores

Os fundos de renda fixa, que investem principalmente em títulos públicos e privados, são ideais para investidores que preferem um cenário de investimento mais estável, que minimize a volatilidade.

Se você optar por este tipo de fundo mais básico, não espere um retorno estratosférico; no entanto, também não deve ter que pagar excessivamente por isso.

Dito isto, se você estiver pagando uma taxa de administração de 2% ou mais em um fundo de renda fixa, onde o gestor basicamente precisa apenas comprar títulos públicos (como LFTs) e “sentar em cima” deles, está basicamente pagando o preço de um carro de luxo por um carro popular.

Regra Geral

Definitivamente, não aceite pagar mais do que 1% ao ano em taxas de administração para um fundo de renda fixa. Se alguém tentar convencê-lo de que é impossível cobrar apenas 1% ao ano, simplesmente diga “desculpe, mas não” e saia sabendo que você evitou um mau negócio.

Fundos Multimercados

Talvez você nunca tenha considerado a possibilidade de aplicar sua previdência em renda variável. Ou talvez a ideia de investir na bolsa de valores nunca tenha passado pela sua cabeça. Dito isso, responda rápido: a longo prazo, o que traz mais rendimentos, ações ou renda fixa? Então, por que deixar o dinheiro da sua previdência parado em renda fixa?

Vamos um pouco além.

Que tal um fundo super carregado com diversas estratégias, que se aventura pela renda variável, moedas estrangeiras e taxas de juros? Parece uma opção bem mais atraente, certo? É aí que entram os fundos multimercados! Eles estão à sua disposição!

Regra Geral para Fundos Multimercado

Caso opte por investir em um fundo multimercado, uma taxa de administração de 2% torna-se muito mais razoável. De fato, muitos dos bons fundos multimercados por aí cobram exatamente essa porcentagem.

Existem fundos previdenciários exclusivos de ações?

Sim, você pode estar se perguntando se existem fundos previdenciários exclusivos de ações, certo? Bem, a resposta é um pouco complicada, e vou tentar explicar.

Recentemente, as regras da previdência privada foram alteradas pela Resolução 4.444, o que permitiu uma diversificação maior dos ativos nos fundos previdenciários, bem como a alteração dos limites de alocação.

Agora, o investimento em ações pode constituir até 70% do total do fundo, enquanto antes era limitado a 49%. Mas tem um detalhe interessante: se você é um investidor qualificado, ou seja, possui ao menos R$1.000.000 em aplicações financeiras, você pode ir além e alocar até 100% em ações.

E tem mais! Esses fundos agora também podem investir em ETFs, BDRs e usar contratos derivativos para proteção da carteira, desde que o regulamento do fundo permita.

Porém, vale destacar que mesmo que você seja um investidor qualificado e possa alocar 100% em ações, é difícil encontrar uma previdência privada exclusiva de ações no Brasil.

Em relação à renda fixa, ainda é permitido alocar até 100%. O investimento em imóveis pode ser de até 20%, incluindo a possibilidade de investir em fundos imobiliários. E, finalmente, o investimento em câmbio pode ser de até 10%.

Existem algumas regras estritas que os gestores de fundos de previdência precisam seguir, limitando certas ações. Por exemplo, eles não estão autorizados a:

  • Criar posições vendidas com a expectativa de se beneficiar da queda no valor dos ativos.
  • Realizar operações de venda de opção a descoberto, o que é basicamente vender algo que eles não possuem.
  • Gerar exposição que exceda o patrimônio líquido do fundo, o que poderia aumentar os riscos de forma irresponsável.
  • Cobrar taxa de performance, que seria uma taxa adicional paga pelos investidores quando o fundo supera determinado benchmark ou meta de desempenho.

Este último ponto é especialmente desfavorável, pois pode desestimular os melhores gestores, já que eles não são incentivados a superar o desempenho do mercado. Além disso, pode resultar em taxas de administração mais altas, pois a falta de taxas de performance precisa ser compensada de alguma maneira.

Fundos de previdência que farão o seu dinheiro render

O primeiro passo para fazer o seu dinheiro render com fundos de previdência é decidir onde você deseja investir seu dinheiro. Essa escolha é crucial porque vai determinar o tipo de fundo que você deve escolher.

Cada tipo de fundo tem um índice de referência, ou “benchmark”, que serve como um padrão para medir seu desempenho. Para fundos de ações, esse benchmark é geralmente o IBOVESPA, que é o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira.

No caso de fundos multimercados, de renda fixa e previdenciários, o CDI é o índice de referência comumente usado. O CDI é um indicador que reflete a taxa de juros que os bancos usam para emprestar dinheiro entre si, e é um bom indicador do custo do dinheiro no mercado financeiro.

Assim, para avaliar se um fundo previdenciário é um bom investimento, você deve comparar seu desempenho com o do CDI. Se o fundo estiver rendendo acima do CDI, isso é um bom sinal. No entanto, lembre-se de que past performance is not an indicator of future results. O desempenho passado não é um indicador de resultados futuros, e é sempre importante considerar outros fatores, como o risco, ao escolher um fundo para investir.

Quais os riscos de um fundo de previdência?

Os riscos de um fundo de previdência estão diretamente ligados aos ativos em que o fundo investe.

Por exemplo, se considerarmos um fundo que investe em títulos do Tesouro Nacional, como o XP Horizonte Prev FIC Renda Fixa, da XP, o risco está intrinsecamente ligado à saúde financeira do Brasil. Se o país passar por uma crise econômica grave e falhar em honrar seus compromissos financeiros, os investidores desse fundo poderiam ser afetados.

Por outro lado, se o fundo investe em títulos de crédito privado, o risco está associado às empresas emissoras desses títulos. Se essas empresas não conseguirem cumprir suas obrigações financeiras e falharem no pagamento de seus títulos, os investidores do fundo podem acabar perdendo dinheiro.

Vale lembrar que todas as decisões sobre onde e como investir os recursos do fundo são tomadas pelo gestor do fundo. Por isso, é crucial acompanhar o desempenho do gestor e entender as estratégias de investimento usadas no fundo. Assim, você estará mais preparado para tomar decisões informadas e para lidar com os riscos associados ao seu investimento em um fundo de previdência.

E se o gestor falir?

Se o gestor falhar, o perigo real não está no fundo, mas nos ativos que ele adquire. O aspecto crucial a considerar é a robustez financeira da Entidade Aberta de Previdência Complementar (EAPC), ou seja, a seguradora. 

Se ela falir, o dinheiro que você investiu se mistura com os outros ativos durante o processo de falência. Você só conseguirá recuperar seu investimento depois que as dívidas fiscais e trabalhistas forem pagas.

E o Fundo Garantidor de Crédito, garante a previdência privada?

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma organização privada sem fins lucrativos que age como uma espécie de “seguro” para os recursos que você investiu em determinados produtos financeiros.

Se uma instituição financeira associada ao FGC falir, esse fundo garante a recuperação de uma parte ou de todo o dinheiro que você possuía nessa instituição, com um limite máximo de ressarcimento (R$ 250 mil por pessoa e por instituição financeira).

O FGC abrange vários tipos de investimentos, tais como depósitos à vista ou poupança, letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias, CDBs, dentre outros.

Então, de maneira resumida, o FGC é como um seguro que protege o seu dinheiro caso a instituição financeira onde você o aplicou venha a falir. Entretanto, ele tem um teto de valor e não se aplica a todos os tipos de investimento.

Infelizmente, a previdência privada não está sob a cobertura do FGC.

Portanto, não é recomendado investir toda a sua previdência em um único produto financeiro. A chave aqui é diversificar seus investimentos.

Como Investir em Previdência Privada

  1. Para se aventurar no universo da previdência privada, siga algumas etapas essenciais:
  2. Estabeleça suas metas: Primeiramente, precisa ter em mente quais são suas aspirações financeiras e o que pretende obter com o plano de previdência privada, antes de optar entre PGBL e VGBL.
  3. Determine seu perfil de investidor: Cada indivíduo tem uma disposição distinta para enfrentar riscos. Assim, avalie seu perfil de investidor para identificar o plano que mais se alinha ao seu perfil.
  4. Investigue e compare: Realize uma pesquisa aprofundada sobre várias instituições financeiras e compare as alternativas ofertadas. Analise as taxas, rendimentos passados e os serviços disponibilizados.
  5. Realize simulações: Use calculadoras online para modelar diferentes cenários de investimento. Isso vai te proporcionar uma visão mais clara dos resultados potenciais e facilitar uma decisão mais fundamentada.
  6. Busque orientação profissional: Fale conosco! Podemos lhe auxiliar, dirimir dúvidas e encontrar a opção mais adequada ao seu perfil.

Conclusão

Ao final, aplicar em previdência privada é um movimento vital para assegurar uma estabilidade financeira futura. Os planos de previdência do tipo PGBL e VGBL trazem vantagens e taxações distintas, sendo crucial ponderar suas demandas, propósitos e perfil de investidor antes de fazer sua escolha.

Tenha em mente que cada indivíduo tem situações financeiras particulares, o que demanda uma análise minuciosa antes de optar entre PGBL e VGBL. Assim, dedique tempo para explorar, contrastar e modelar diferentes situações de investimento, assegurando uma decisão mais ajustada aos seus objetivos e necessidades.

Faça uma contribuição ao seu futuro financeiro e assegure uma aposentadoria tranquila com a previdência privada que melhor se adequa às suas condições pessoais.

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Pedro Plantão Contábil

Pedro Henrique

Fundador e Contador do Escritório Plantão Contábil – Contabilidade Online para Profissionais da Área da Saude Formado pela UFU – Universidade Federal de Uberlândia, com registro no CRCMG sob nº 121901, dedica-se a instruir e a ajudar profissionais a prosperarem e a economizarem em impostos por meio de planejamento tributário e gestão financeira.


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